A menopausa nunca foi (e provavelmente nunca será) uma fase fácil para as mulheres. Trata-se do fim do ciclo de reprodução feminino, que costuma acontecer depois dos 50 anos. A mulher para de menstruar e deixa de ser fértil por conta de intensas mudanças hormonais, mas isso não significa que ela perde a capacidade de sentir prazer sexual. Pelo contrário.
“O corpo feminino é preparado para um funcionamento baseado na existência de determinadas substâncias. Quando a menopausa se inicia, existe uma modificação da produção de vários hormônios e isso leva a mulher a vivenciar emoções e sensações diferentes, que trazem a percepção de ser diferente do que sempre foi”, explica Oswaldo M. Rodrigues Jr., psicoterapeuta sexual e diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.
Fisicamente, o que acontece nessa fase é a queda dos níveis de produção e circulação de estrogênio, um dos principais hormônios femininos. Essa redução é responsável pela maior parte dos sintomas típicos da menopausa: calor, instabilidade emocional, insônia e ansiedade, explica Maria Celeste Osorio Wender, professora de ginecologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Além disso, o androgênio (hormônio que, apesar de ser tipicamente masculino, também está presente nas mulheres) também diminui. O problema é que essa substância desempenha função importante no desejo sexual da mulher. Paralelamente, a queda do estrogênio causa ainda outra reação que prejudica muito a vida sexual feminina: a diminuição significativa da lubrificação vaginal.
A boa notícia é que existem ótimos tratamentos de reposição hormonal superindicados para combater essas mudanças físicas decorrentes da menopausa. Basta procurar um ginecologista e todas essas questões serão resolvidas. A partir daí, o grande desafio para que a mulher mantenha a qualidade de sua vida sexual passa a ser psicológico.
“Nesta fase, a mulher pode se ver menos sensual. Percebe alterações no corpo e, por deixar de menstruar, nota que está envelhecendo. Por outro lado, se ela interpreta essa fase de outra maneira, pode acontecer justamente o contrário: perceber o desejo sexual aumentando”, pondera Marlon Mattedi, psicólogo e especialista em sexualidade humana.
Além da segurança da maturidade, outro fator que pode contribuir com o aumento do desejo sexual feminino depois da menopausa é o fim da preocupação com uma possível gravidez. “Isso permite expor o desejo sexual sem os medos decorrentes de décadas evitando uma gravidez indesejada”, acrescenta Oswaldo
Assim, superados os obstáculos físicos para a falta de vontade de transar, as lobas têm mais é que aproveitar essa fase da vida para curtir experiências sexuais mais intensas e despreocupadas. Para isso, vale seguir algumas dicas para derrubar as travas psicológicas:
1. Renove seu relacionamento
Especialmente se a relação é muito longa, talvez seja uma boa hora para buscar novos ares, sugere Maria Celeste. “Mas isso não significa trocar de parceiro. Façam viagens e procurem atividades sociais que só envolvam o casal”, pondera.
2. Curta seu dia a dia
Vale trocar de perfume e sair às compras de roupas novas, inclusive lingeries. “Encontre prazeres, alegrias e vários motivos para curtir o dia que está passando”, sugere Marlon.
3. Cuide de você
Não tem nada melhor para autoestima do que seguir uma dieta equilibrada e fazer exercícios regularmente. Os resultados físicos são nítidos, sem contar os benefícios para a saúde. Cuide também da pele, dos cabelos e de todo o corpo com hidratantes indicados para a sua idade.
4. Visite um sex shop
Essa dica vale para fazer a dois ou sozinha mesmo. Existe uma infinidade de produtos direcionados para estimular o desejo da mulher na menopausa, sem contar os vários modelos de vibradores que podem ajudar (e muito) na sua redescoberta sexual. Pode ser um programa divertido para fazer com amigas que estejam nesta mesma fase.
5. Pense mais em sexo
Proponha-se a pensar sobre sexo mais vezes ao dia. Procure livros e filmes que sejam estimulantes. “Fantasiar sobre sexo é o pensar dirigido, usando memórias ou ideias que gostaria de colocar em prática”, explica Oswaldo.
6. Pratique sozinha
A importância de se tocar nesta fase da vida é tão grande quanto nas primeiras descobertas sexuais da juventude. Afinal, esse não deixa de ser um recomeço, um novo aprender sobre o seu corpo e o que lhe dá prazer.
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